terça-feira, 24 de novembro de 2009

Teatro

A apresentação da peça aconteceria fora da cidade de São Paulo. A divulgação da prefeitura local não fora lá grande coisa. Uma chamadinha num dos Jornais da cidade e... mais nada. Nem um cartaz, nem uma propaganda no Rádio, nem uma inserção na TV Local.

O teatro, pequeno. O público, menor ainda: 6 espectadores.

No minúsculo palco, os 6 atores (tantos atores em cena quanto espectadores na platéia) espremem-se ao longo dos 71 minutos de peça. Suam, interpretam, trabalham. Doam-se, entregam-se, revelam-se. Brilham.

Finda a peça.

Os aplausos pouco sonoros mas muito efusivos alimentam a alma dos atores. Gratos, agradecem à platéia.

O diretor da peça toma a palavra e agradece “àqueles que vieram nos ver”.

Surpreso – e, logo, grato – ouve a exclamação, carregada do sotaque da região, de um homem de cabelos brancos:

– Bobos foram eles, que não vieram!

Não pode haver prêmio maior para um artista.

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