Alcanço com a mão um livro. Dele, roubo uma frase de Carlos Drummond de Andrade, nosso poeta-maior:
Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho.
Se a noite me atribui poder de fuga,
sinto logo meu pai e nele ponho
o olhar, lendo-lhe a face, ruga a ruga.
Olho para o meu lado direito. Minha face encontra-se estampada no espelho do escritório. Nela, rugas e mais rugas que inda ontem não as tinha. Ora fazem morada definitiva em meu rosto estático, perplexo. Relembro outro verso do poeta:
E eis que assisto ao meu desmonte
Palmo a palmo
E não me aflijo em me tornar planície
Eis no que me tornei: planície. Plana, plena, pacata, serena.
Deus nos rouba o pai. O tempo nos rouba o viço. Quem nos tira a Força?
Meu pai perdi no tempo e ganho em sonho.
Se a noite me atribui poder de fuga,
sinto logo meu pai e nele ponho
o olhar, lendo-lhe a face, ruga a ruga.
Olho para o meu lado direito. Minha face encontra-se estampada no espelho do escritório. Nela, rugas e mais rugas que inda ontem não as tinha. Ora fazem morada definitiva em meu rosto estático, perplexo. Relembro outro verso do poeta:
E eis que assisto ao meu desmonte
Palmo a palmo
E não me aflijo em me tornar planície
Eis no que me tornei: planície. Plana, plena, pacata, serena.
Deus nos rouba o pai. O tempo nos rouba o viço. Quem nos tira a Força?

Nenhum comentário:
Postar um comentário