Fui dar umas aulas em substituição a um amigo que adoeceu. Aulas de canto.
Eu não conhecia os alunos. Não os sabia homens, mulheres, altos, baixos, afinados... nada.
Adentra a sala-de-aula uma moça de uns 17 anos. Após as primeiras palavras, lanço a pergunta:
– Que música você está aprendendo, minha filha?
– “Xote das Meninas”
– E você já canta a música?
– Não. O professor me passou na semana passada. Peguei a letra na Internet.
– Você não conhecia a música?
– Não. Acho que já tinha ouvido, mas não me lembro...
– Sei. E você sabe em que tom vai cantar essa música?
– Então... Não sei... Quem canta ela é um homem, não é?
– Como?
– É um homem que canta, não é? Um tal de [pegou um papel no qual estava a letra que “estava na Internet”]... Luís Gonzaga, não é?
– É. Você sabe quem ele é?
– Nunca ouvi falar, não.
“Um homem”. Ela chamava Luís Gonzaga de “um homem”. Fiquei sem fala. Sem forças para dizer nada. Fiz um acorde de Ré Maior e mandei brasa.
Agora, me diga, caro visitante: como é que se dá jeito nisso?
Eu não conhecia os alunos. Não os sabia homens, mulheres, altos, baixos, afinados... nada.
Adentra a sala-de-aula uma moça de uns 17 anos. Após as primeiras palavras, lanço a pergunta:
– Que música você está aprendendo, minha filha?
– “Xote das Meninas”
– E você já canta a música?
– Não. O professor me passou na semana passada. Peguei a letra na Internet.
– Você não conhecia a música?
– Não. Acho que já tinha ouvido, mas não me lembro...
– Sei. E você sabe em que tom vai cantar essa música?
– Então... Não sei... Quem canta ela é um homem, não é?
– Como?
– É um homem que canta, não é? Um tal de [pegou um papel no qual estava a letra que “estava na Internet”]... Luís Gonzaga, não é?
– É. Você sabe quem ele é?
– Nunca ouvi falar, não.
“Um homem”. Ela chamava Luís Gonzaga de “um homem”. Fiquei sem fala. Sem forças para dizer nada. Fiz um acorde de Ré Maior e mandei brasa.
Agora, me diga, caro visitante: como é que se dá jeito nisso?

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