quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Cinema

Quintet é o filme escrito, produzido e dirigido pelo cineasta norte-americano Robert Altman no ano de 1979. Mais do que um filme, é um tratado sobre a Vida.
Altman apresenta a humanidade numa situação extrema: o futuro coberto de gelo. Em meio às nevascas, a grande cidade não mais oferece opções. Não há trabalho, não há possibilidade, não há mais nada. Só restou o jogo. Joga-se, aposta-se, vive-se à beira da mesa de um jogo chamado Quinteto, o jogo que supostamente reflete a Vida.
Escorado na clássica divisão da Vida em 5 estágios (Nascimento, Adolescência, Meia-Idade, Velhice e Morte) proposta por Sigmund Freud, o cineasta estabelece o jogo.
Essex, a errante personagem interpretada por Paul Newman, à procura por trabalho, chega à cidade onde mora seu irmão. O local, coberto pela neve, deteriorado pela proximidade do fim está às vésperas de um Torneio de Quinteto. Seis jogadores disputam o jogo. A aposta? Suas vidas. Apenas um deles sobreviverá. Esse é o prêmio. Há 5 jogadores já escolhidos para o Torneio. A sexta vaga é de Essex. Ele jogará por sua vida. Ele lutará pela Vida.
Contudo, a mais plena e soberba lição da película de Altman provém da cena em que a personagem São Cristóvão, brilhantemente interpretada por Vittorio Gassman, amplia a divisão freudiana da Vida e nos sugere pensar em 7 estágios: A Explosão do Nascimento, O Trabalho da Maturidade, A Culpa de Viver, O Terror da Idade, A Finalidade da Morte, O Vazio e O Desconhecido. Altman des-encerra a Vida. Nos premia com mais uma chance.
Não posso negar: sou mais o cineasta; menos o pai da psicanálise.

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