terça-feira, 4 de março de 2008

Teatro

Houve um tempo em que as peças de Teatro na cidade de São Paulo apresentavam temporadas de 6 a 8 meses, com espetáculos “de terça a domingo”, sendo que às sextas-feiras e aos sábados eram realizadas 2 sessões. De modo tal a somarmos 8 espetáculos por semana, 32 espetáculos por mês, cerca de 200 espetáculos por temporada.
Que inveja.
Um teatro com capacidade para 600 espectadores, que mantivesse a média de “meia casa” cheia por espetáculo contava, ao final da temporada, cerca de 60.000 espectadores para cada peça levada a cartaz.
Que inveja.
Os teatros foram desaparecendo, as salas de teatro encolheram, o preço do ingresso aumentou, a temporada encurtou, as sessões passaram a 3 por semana, o público míngua dia a dia, as peças perderam qualidade, os atores perderam o elã.
Que tragédia.
Tal quadro posto, o crítico – semi-analfabeto – vem ao Jornal e escreve “a peça é fraca”.
Que desespero.
Os órgãos governamentais, então, promulgam a Lei. Permitem a captação de recursos públicos. Os produtores aprovam os Projetos e saem à caça de dinheiro. Percebem uma situação: o governo não contou aos empresários que eles podem – e devem – se valer das benesses da Lei. Não contou.
Que comédia.

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