Os acordes do lento e compassado Segundo Movimento da Sinfonia No. 7, de L.V. Beethoven, banhando as primeiras cenas do filme já indicam: o diretor não está para brincadeiras; não vai “pegar leve”; não propõe nenhuma espécie de barganha.
A ficção indica uma sociedade do futuro extremamente evoluída, que habita uma redoma inviolável. Seus habitantes – intelectuais privilegiados – descobriram a fórmula para não envelhecer e, mais do que isso, não morrer. Transformaram-se em seres etéreos e eternos.
Um herói-errante provindo do lado de fora da redoma consegue adentrar o local sagrado. Lá, põe em xeque todo o conceito de infinitude forjado pela Sociedade. A mortalidade que o invasor traz em si tenta os habitantes imortais. A vulnerabilidade de uma vida “sempre por um fio” relembra os intelectuais privilegiados de que a Vida é um triz. Faz com que o tédio da certeza da imortalidade se estabeleça em todo o ambiente da redoma.
Contudo, o herói-errante não entrou ali para criar tal sensação naqueles habitantes. Ao contrário. Penetrou a redoma para destruí-la, para descobrir o que era aquilo à verdade.
Vai à biblioteca do lugar e percebe a falseta: o nome do criador daquela Sociedade privilegiada, daquela redoma de sabedoria e eternidade é um trocadilho banal. “Zardoz”, a contração de “Wizard of Oz”, o mágico de Oz. Destrói a redoma, liberta os habitantes, dá a eles – novamente – a Morte. O herói-errante é o inverso-do-herói. É aquele que, ao invés de dar a Vida, dá a Morte.
Enfim, o espectador compreende a frase inicial do filme, pronunciada por Zardoz: “Deus cria shows também?”
Semana que vem, Buena Vista Social Club.
A ficção indica uma sociedade do futuro extremamente evoluída, que habita uma redoma inviolável. Seus habitantes – intelectuais privilegiados – descobriram a fórmula para não envelhecer e, mais do que isso, não morrer. Transformaram-se em seres etéreos e eternos.
Um herói-errante provindo do lado de fora da redoma consegue adentrar o local sagrado. Lá, põe em xeque todo o conceito de infinitude forjado pela Sociedade. A mortalidade que o invasor traz em si tenta os habitantes imortais. A vulnerabilidade de uma vida “sempre por um fio” relembra os intelectuais privilegiados de que a Vida é um triz. Faz com que o tédio da certeza da imortalidade se estabeleça em todo o ambiente da redoma.
Contudo, o herói-errante não entrou ali para criar tal sensação naqueles habitantes. Ao contrário. Penetrou a redoma para destruí-la, para descobrir o que era aquilo à verdade.
Vai à biblioteca do lugar e percebe a falseta: o nome do criador daquela Sociedade privilegiada, daquela redoma de sabedoria e eternidade é um trocadilho banal. “Zardoz”, a contração de “Wizard of Oz”, o mágico de Oz. Destrói a redoma, liberta os habitantes, dá a eles – novamente – a Morte. O herói-errante é o inverso-do-herói. É aquele que, ao invés de dar a Vida, dá a Morte.
Enfim, o espectador compreende a frase inicial do filme, pronunciada por Zardoz: “Deus cria shows também?”
Semana que vem, Buena Vista Social Club.
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