Cinema

... e sendo tratado como manifestação cultural, o Cinema parece ter descoberto o modo mais preciso de organizar uma apresentação do produto cultural. Na verdade, não é exatamente o Cinema que descobriu a fórmula mas, sim, as redes de salas de exibição de filmes é que demonstram total capacidade de viabilizar a melhor apresentação de seu produto cultural. Se não, vejamos:

O espectador vai ao cinema. Em regra, há estacionamento. Ele não tem de enfrentar o desagradabilíssimo encontro com o estimado profissional que habita livremente o entorno da praça esportiva: o guardador de carros, o flanelinha.
Logo chega o pior momento: o espectador enfrenta uma fila razoável. O guichê é estreito, o atendente, um troglodita.
Contudo, ao se dirigir ao seu assento, a cadeira não range. É cômoda. Às suas costas não se esfregam as pernas do espectador da fileira de cima. À sua frente não se encontra a cabeça do cidadão da fileira de baixo.
O som do cinema melhorou sobremaneira. Os funcionários da técnica são dotados de mínima competência.
Há o problema crônico do Ar Condicionado, por vezes, regulado acima do que deveria. Somos todos reféns de um organismo com sistema térmico! Temos frio.
Finalmente, o encontro com o filme. Aqui mora o perigo: a que filmes se assistem? O repertório das salas vai de mal a pior.
Bem, mas esse é um assunto a ser tratado outra hora.
Os donos das salas de cinema vêm dando um belo invólucro ao seu produto...