terça-feira, 11 de março de 2008

Teatro

... e sendo tratado como manifestação cultural, o Teatro parece ainda não ter descoberto o modo mais preciso de organizar uma apresentação do produto cultural. Na verdade, não é exatamente o Teatro que não descobriu a fórmula mas, sim, os administradores de teatros é que demonstram total incapacidade de viabilizar a melhor apresentação de seu produto cultural. Se não, vejamos:
O espectador vai ao teatro. Não há estacionamento. Ele tem de enfrentar o desagradabilíssimo encontro com o estimado profissional que habita livremente o entorno da praça esportiva: o guardador de carros, o flanelinha.
O espectador enfrenta uma fila razoável. O guichê é estreito, o atendente, um troglodita.
O espectador se dirige ao seu assento. A cadeira range. Não é, propriamente, cômoda. Às suas costas, as pernas do espectador da fileira de cima. À sua frente, a cabeça do cidadão da fileira de baixo.
Chega, então, o pior momento: o encontro com o som do teatro. Sempre desregulado, operado por um funcionário ampla, total e completamente desqualificado.
O espectador se esforça para evitar a labirintite provocada pelo volume do som. Outra vez, é obrigado a se curvar todo para se aproximar das caixas acústicas reguladas com volume tão baixo quanto o da sala-de-espera do dentista. Somos todos reféns de um organismo com sistema auditivo! Temos de ouvir o que se toca no Teatro.
Chega, então, a resposta do administrador do teatro: “É muito caro manter isso aqui funcionando... A gente tem que baratear tudo o que dá...”
Os administradores precisam dar um melhor invólucro ao seu produto...

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