quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cinema

O roteiro excelente, a música marcante, a direção precisa. O figurino adequado, a cenografia concisa, a fotografia econômica. As partes robustas, consistentes, sustentam o todo de uma história muito bem escrita e contada. Eis o grande filme.
No entanto, para que o “grande filme” se torne um “filme mítico” são necessárias grandes atuações. São os atores que “fazem” o filme.
James Caan imprime a neurastenia intrínseca a um jovem mimado, mesclando-a com uma pitada sofisticada da demência incontida, patrocinada pela permissividade que só o poder concede.
Robert Duvall é o retrato mais fiel da grande atuação. Nenhum gesto a mais, nenhum movimento a mais, nem mesmo uma inflexão a mais. Nada a menos. Tudo preciso.
Al Pacino banha a personagem da angústia de quem vive a corda-bamba que é a Vida. Tudo sabe, a tudo assiste, evita intervir, cede ao curso incontrolável que os fatos impõem.
Diane Keaton revela a essência prima da Mulher, o Ser que luta, suporta, sustenta. O Ser que jamais trai. O Ser que é passivo todo o tempo à exceção do tempo em que é preciso agir, se tornar ativo.
As performances robustas, consistentes, sustentam o brilho de uma atuação grandiosa, magistral, única. Eis o grande ator.
Marlon Brando dá sofisticação a cada segundo em que sua personagem vive na tela. Dança como um lorde, fala como um rei, age como um pai, é avô como qualquer um.
O Poderoso Chefão é o bailado de grandes acertos em torno de um grande ator.

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