sexta-feira, 19 de março de 2010

Literatura

Concordamos ampla, total e completamente: não se desata esse nó.
Entretanto, podemos encaminhar um os dois pares de gestos, de ações que podem “afrouxar” o nó. Que tal?
Sem dúvida alguma, convergimos: é preciso tentar algo no princípio da vida intelectual. Quando a criança é criança. Vale dizer, é preciso começar cedo. “É de pequenino que se torce o pepino”.
Imagino que estimular a criança a ler, a se encontrar com sua própria imaginação ao ouvir um livro lido por um adulto, a ver figuras estampadas no papel, que seja, abre o caminho. Oferece a opção. Apresenta um mundo que, dia a dia, mais distante fica de nossas crianças.
No entanto – e aqui a notícia carece de exatidão – é preciso considerar a célebre indagação do samba: “É mais difícil manter ou conseguir?”
Abrir o caminho pode não ser o suficiente. Talvez seja preciso estimular o hábito da leitura por um tempo mais amplo, mais duradouro. Estabelecer uma continuidade no processo de leitura da criança. Conseguir despertar o interesse é o primeiro passo. Manter tal interesse é o passo-decisivo.
Contarei uma historiazinha rápida para tentar ilustrar o que digo:
Há algum tempo, estreamos no Teatro uma peça chamada “A Menininha que Queria Ver o Sol”. O título é grande, sei disso. Bem, fui buscar os cartazes da peça na gráfica. Parei o carro num dos inúmeros faróis da cidade. Um conhecido, 22 anos de idade, ator, viu-me, acenou e perguntou:
– E aí? O que anda fazendo?
Peguei um dos cartazes e mostrei a ele. Ele pegou o cartaz na mão e trouxe sua preguiça à tona:
– “A Menina que Queria Ser...” Ah!, legal! Vou lá assistir. Até mais!

Um comentário:

Anônimo disse...

O cara deve ser parente do secretário da cultura que gostava de solos daquele instrumento que parace um "cachimbão"...