terça-feira, 7 de abril de 2009

Teatro

Palco tomado de gente. Platéia lotada. O musical se aproximava do fim. Mais de 100 minutos de peça falada em português, cantada em 5 idiomas diferentes.
Após 16 músicas interpretadas ao vivo, acompanhadas por um play back pré-gravado, a última cena da peça transcorria como de hábito: a atriz se aproximava do ator e dizia a última frase do texto. Soava a introdução da última música da peça.
Os atores cantavam o samba final. Em bom português.
Na segunda parte da música, iniciavam os agradecimentos. Os atores juntavam-se ao fundo do palco e, de lá, caminhavam ao encontro da platéia e saudavam o público que os aplaudia entusiasmadamente. De lá, voltavam para o fundo do palco, de onde já surgiam novos atores em seu caminho rumo ao alimento do artista: o aplauso.
A música se aproximava do fim. Aproximava-se o final do ritual de agradecimento. Todos os atores e atrizes, cantando, uniam-se no fundo do palco e caminhavam juntos até o local desde onde reverenciavam o público que os aplaudia.
De repente, o susto. O play back que acompanhava os cantantes atores... parou de tocar.
O desespero não durou 1 segundo sequer.
Os atores continuaram a cantar a plenos pulmões o restante da bela melodia e da linda letra do samba. Foram juntos pelo restante do último verso. Foram, juntos, até o final da cena.
A platéia percebeu tudo.
Os aplausos daquela noite jamais se repetiram. Aqueles atores mereceram.

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