sexta-feira, 10 de abril de 2009

Música

Ao olhar para o volume de partituras das obras dos grandes mestres da Música, noto um fenômeno muito revelador: Bach escreveu quase 2000 peças; Mozart escreveu cerca de 670 peças; Brahms escreveu aproximadamente 120 peças musicais.
Os números decrescentes nas obras dos gênios evidenciam a dificuldade que o gênio sucedente encontrou para dizer algo original, vivo, luminoso, ao nascer depois do gênio precedente. À linha-do-Tempo ninguém engana.
Contudo, o que mais intimamente liga Brahms a Dostoiévski não é apenas o fato de buscar algo original, vivo, luminoso.
Os dois Mestres sabiam exatamente onde poderiam chegar. Sabiam o grau de Perfeição que suas obras teriam de atingir. Sabiam que a Perfeição estava ao alcance de suas mãos, desde que eles olhassem para Si mesmos, fossem capazes de detectar, avaliar e jogar fora o que era distante da Perfeição.
Ao ver próximo o final de sua vida, J. Brahms ateou fogo em cerca de 240 peças. Exatamente, meus amigos. 2/3 da obra monumental de Brahms foi para o fogo. (Cá entre nós, quem me dera chegar a tempo de salvar aquelas partituras maravilhosas!!! Pegaria uma por uma daquelas folhas e poria meu nome em cada uma delas. Meus sonhos-de-consumo: a fogueira de Brahms ou a lixeira de Dostoiévski).
Brahms queimou 2/3 de sua obra e declarou: “a humanidade não é merecedora de que eu deixe a ela o que é imperfeito”.

Um comentário:

Fabiana disse...

Parabéns, senhor Maestro e Escritor e Ator e Futebolista e Diretor e Cineasta!!!!!!!!!!!!!!!