segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Futebol

A crônica esportiva brasileira transforma-se, a cada dia, no mar aberto do “lugar comum”. Aparentemente, a linguagem chã do jogador de futebol contamina violentamente as redações dos Jornais, as pautas dos programas de televisão, a verve de locutores e comentaristas do Rádio. A crônica esportiva fala para o leitor, o telespectador, o ouvinte, do mesmo modo, com a mesma ausência verborrágica do jogador de futebol.
O empobrecimento é total. Fala-se de tática, sequer são mencionados os meandros políticos do esporte. O 4-4-2 é mais importante do que a eleição do presidente do clube.
Pior: quando um assunto qualquer que provenha de fora das quatro linhas surge, ele vem absolutamente embebido em demagogia, pretensão e dramaticidade forjada a termos melosos, acusações generalizadas e nenhuma solução.
Tão triste quanto o empobrecimento da Arte nos movimentos dos atletas em campo é a pauperização da linguagem e dos conceitos emitidos aos farfalhões pelos nossos “homens de mídia”.

Nenhum comentário: