quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Literatura

Há 15 anos, o mercado que mais crescia no Brasil era o mercado do papel. Certamente, não pelo número de livros que eram lidos no Brasil. Afinal, no mesmo período, divulgou-se a notícia de que “80% das professoras da Rede Pública brasileira jamais tinham lido 1 livro sequer ao longo de toda a vida”. 1 livro.
Nos últimos 15 ano, apesar do crescimento assustador de uma espécie muito deteriorada de Literatura (a Literatura de Auto-Ajuda), o mercado literário brasileiro continua sofrendo imensamente pelo desinteresse do público brasileiro pelo hábito da Leitura.
O Cinema brasileiro vai bem. Muito bem, obrigado. Há 20 anos, seria absolutamente impensável uma produção tão intensa e uma afluxo de público tão flagrantemente em desenvolvimento quanto o que se vê hoje no Brasil.
As edições são parcas, as livrarias são poucas, o preço dos livros é muito alto, a Leitura não faz parte do cotidiano do brasileiro. A Literatura brasileira vem se transformando num produto cada vez mais distante do público, que fala cada vez menos com o leitor. É insípida, inodora. Difere da água por não ser incolor. Difere da água por não ser essencial. Vem se transformando num produto absolutamente descartável.
Tal situação revela que o motor imóvel da Literatura, a Paixão pela Impressão da Letra Preta no Papel Branco, não mais existe na imensa massa de possíveis leitores brasileiros. Péssimo.
As causas são muitas, os fatores são diversos, o quadro atual é estático. Infelizmente.
Ficamos cá, à frente da tela do computador, sem sabermos o que fazer. Nem mesmo sabemos esperar que a Arte da Impressão da Letra Preta no Papel Branco nos encante novamente. Sem, nem mesmo, esperar que a Paixão arrebate a nossa gente. Desperançosos.

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