quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cinema

Ran é, de fato, um filme colossal.
A adaptação de Akira Kurusawa da magistral peça de William Shakespeare é irretocável. O cenário ambientado no Japão colonial; os filhos – ao invés de filhas – que disputam as migalhas do trono do pai; as cores que banham a tela nas cenas de batalha; o incêndio do palácio do rei – de Rei Lear; o sangue que jorra da decaptação da nora do Rei; a calma relva do solo japonês. Tudo. Cada detalhe filmado faz jus às palavras do maior poeta da história da humanidade.
No entanto, mais do que todos os detalhes citados – ou outros tantos que inundariam este espaço – uma imagem choca o espectador e crava o nome do cineasta japonês entre os maiores da história do cinema: A cena final. A imagem do Homem (da humanidade) cego (cega) à beira do precipício. Insuperável.

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