sexta-feira, 20 de junho de 2008

Música

Jamelão morreu. O samba está de luto.
O samba, o samba-de-enredo, o samba-canção, a dor-de-cotovelo, a obra de Lupicínio Rodrigues, a Mangueira, a Marquês de Sapucaí.
Quem não está de luto?
Pouca gente. Os executivos das Gravadoras de capital multinacional, que imperam no meio e no mercado fonográfico brasileiro desde o início da década de 1980.
Para essa gente, a existência de Jamelão pouca diferença faz. De alguma forma, é até melhor a não-existência. Sempre poderia surgir da turba a indagação: como é que pode um homem que brilha mais do que todas as modelos-e-atrizes nuas juntas no curto tempo do carnaval pode passar todo o restante do ano esquecido pelas Gravadoras? Como é que um monstro sagrado como ele, que nos permite esquecer das trio-elétrico-girls ao longo do curto tempo do carnaval, pode passar o restante do ano deixado de lado pelos “sábios” executivos das Gravadoras?
Pena. Pena que essa gente semi-analfabeta tenha em mãos tal poder. Pena.
Cabe a nós, humanos mortais (como Jamelão), uma única reflexão: O que podemos – e devemos – fazer para mudar o estado presente das coisas? O que podemos fazer para diminuir o poder dos boçais-em-seus-escritórios e aumentar o poder dos artistas espetaculares que as ruas do Brasil não se cansam de produzir?
Resta a nós uma missão: jamais nos permitirmos esquecer de quem foi e de o que representa para cada brasileiro a arte suprema de Jamelão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que saudade do Jamelão......valeira um blog seu!