Falar sobre a Virada Cultural, que aconteceu em São Paulo, é um assunto muito espinhoso, pois causa muitas reações apaixonadas prós e contras.
A idéia deste comentário não é criar uma situação favorável ou desfavorável a esse evento, visto que a exclusão cultural em nossa cidade é muito maior que a econômica.
Baudrillard, em seu livro A Transparência do Mal, fala de um “sentimento pós-orgiástico”. Nessa Virada Cultural, tivemos uma overdose de atrações que ocorriam simultaneamente, numa distância de 500 metros uma da outra, em diversos pontos do Centro Velho de São Paulo. Uma sensação de prazer total. A grande maioria das atrações desse evento foram no campo da música popular.
O que me levou a refletir sobre esse evento (eu estava lá; até participei de duas versões) foi que tudo isso ocorre em apenas 24 horas. Daí a pergunta: o que aconteceu antes e o que acontecerá depois desse mega evento?
No Brasil, a grande maioria dos governos (município, estado e união) não tem por costume adotar uma política de ação cultural de médio e longo prazo. Todas as ações na área cultural sempre se limitam à prática de eventos; a Virada Cultural pode ser considerada como uma grande ação de marketing (pirotécnico) e com um enorme apoio e divulgação da “grande” mídia.
Ao invés de afirmar, quero perguntar: “Ao invés de investir aproximadamente R$ 9 milhões em apenas 24 horas, não seria mais racional usar todo esse montante para uma ação mais contínua, que se desenrolasse por todo o ano e em diversos pontos da cidade, mais especificamente regiões periféricas onde é fundamental uma ação mais inclusiva de qualquer governo?”
Reflitam comigo!!!
Então, o que virá após a orgia?
A idéia deste comentário não é criar uma situação favorável ou desfavorável a esse evento, visto que a exclusão cultural em nossa cidade é muito maior que a econômica.
Baudrillard, em seu livro A Transparência do Mal, fala de um “sentimento pós-orgiástico”. Nessa Virada Cultural, tivemos uma overdose de atrações que ocorriam simultaneamente, numa distância de 500 metros uma da outra, em diversos pontos do Centro Velho de São Paulo. Uma sensação de prazer total. A grande maioria das atrações desse evento foram no campo da música popular.
O que me levou a refletir sobre esse evento (eu estava lá; até participei de duas versões) foi que tudo isso ocorre em apenas 24 horas. Daí a pergunta: o que aconteceu antes e o que acontecerá depois desse mega evento?
No Brasil, a grande maioria dos governos (município, estado e união) não tem por costume adotar uma política de ação cultural de médio e longo prazo. Todas as ações na área cultural sempre se limitam à prática de eventos; a Virada Cultural pode ser considerada como uma grande ação de marketing (pirotécnico) e com um enorme apoio e divulgação da “grande” mídia.
Ao invés de afirmar, quero perguntar: “Ao invés de investir aproximadamente R$ 9 milhões em apenas 24 horas, não seria mais racional usar todo esse montante para uma ação mais contínua, que se desenrolasse por todo o ano e em diversos pontos da cidade, mais especificamente regiões periféricas onde é fundamental uma ação mais inclusiva de qualquer governo?”
Reflitam comigo!!!
Então, o que virá após a orgia?
Um abraço.
Vanderlei Lucentini
Fez Especialização em Música Eletro-Acústica nos EUA e foi coordenador da Casa de Cultura Chico Science, em São Paulo
2 comentários:
Primeiramente parabéns pelo blog, muito bom. Gostaria de saber se existe a possibilidade de meu blog: Cultura Nordestina: http://culturanordestina.blogspot.com/ fazer parte de alguma seção de links do seu? Trata-se de um blog voltado a divulgar os mais variados aspectos de nossa cultura popular nordestina e brasileira. De antemão já agradeço a atenção. Abraços,
Que ótimo o blog ! Denovo aprendi muito ! Fui na Virada Cultural e não tinha pensado no que ela sifgnificava até ler o blog.Impressionante ! Parabéns !
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