sexta-feira, 11 de abril de 2008

Música

O Quarto Movimento da Quarta Sinfonia, de Johannes Brahms, em Mi menor é inteiramente construído com base em quatro notas, dispostas em oito compassos.
MI – FÁ# - SOL – LÁ – LÁ# - SI – SI – MI
Essa seqüência é repetida inúmeras vezes. Em instrumentos diferentes, com rítmicas diferentes, em momentos diferentes, mas é sempre a mesma:
MI – FÁ# - SOL – LÁ – LÁ# - SI – SI – MI
A mesma seqüência de um Coral, de Bach, escrito 150 anos antes.
Brahms escolheu o ponto culminante de sua última Sinfonia para homenagear o Mestre. Escolheu aquele momento para sintetizar toda a História da Música Ocidental. Todo o período compreendido entre o Barroco e o Ultra-Romantismo.
Brahms fechou o ciclo histórico mais fértil e profícuo da música mundial. Reuniu num único Movimento o conceito musical inaugurado por Bach, incrementado por Mozart, embasado por Beethoven.
Brahms era, ali, no Quarto Movimento da Quarta Sinfonia, em Mi Menor, a síntese. A frase-única. O pendão de um tempo. O som do Tempo.

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