quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cinema

A grande personagem do filme não é o protagonista. É o supporting actor.
O vilão do filme não foi do primeiro escalão entre os vilões de Hitler.
O campo-de-concentração não é o mais cruel entres os campos-de-concentração do nazismo.
As mulheres não são as mais belas, os homens não são os mais fortes, o herói é um nada, um ninguém.
Vem daí. Exatamente daí, do fato real, da vida real, da vida como ela foi, a excelência plena de A Lista de Schindler.
Ainda que a personagem do protagonista seja menos brilhante do que a do supporting actor, ela existiu. Agiu e pensou do mesmo modo como se agia e pensava num tempo que parece ficção, mas foi real.
Ainda que o vilão seja um vilão de segundo escalão, ele existiu. Matou e matou e matou na vida real como mata na película.
Ainda que o campo-de-concentração não seja o mais cruel, existiu. Viu a morte e enterrou montanhas de judeus reais.
As mulheres comuns, os homens normais, o herói-banana foram vivos, são reais.
A realidade nua, crua, sem cores, preta-e-branca salta da tela e toma conta de todos os espaços das vidas reais de fora da tela.
A realidade é a vida de A Lista de Schindler.
O toque irreal, artístico, colorido, vem do casaco de uma criança que ninguém sabe se existiu. Todos têm a certeza de que existiu.
Semana que vem, Ritmo Louco (Swing Time).

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