Augusto do Anjos é o poeta brasileiro que traz em si toda a influência da segunda metade do século XIX; digere-a, e verte pela boca o prenúncio daquilo que viria 10 anos a partir de ali, o Modernismo brasileiro.
Utiliza a Forma de antes e preconiza o Conteúdo de depois:
Versos Íntimos (1912)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Utiliza a Forma de antes e preconiza o Conteúdo de depois:
Versos Íntimos (1912)
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
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