As artes pela paz
Existem certas convicções pessoais que mantemos por um período e depois as abandonamos quando enxergamos não serem tão verdadeiras como imaginávamos. Outras, porém, nos acompanham através dos anos invadindo nossos pensamentos a cada notícia, a cada criança que encontramos, diante de pessoas sem espírito e sem caráter ou manifestadas em belas ações.
Refiro-me à nossa eterna frustração de não podermos ver este país com a grandeza que poderia ostentar. Grandeza simples. Grandeza maior não existe a uma nação do que possuir um povo altruísta, onde a cidadania plena é vista em cada gesto de seus habitantes. Ainda patinamos em questões básicas que há muito foram superadas por outros países.
A tal convicção que não me abandona é de que só seremos a tão sonhada nação Brasil quando formos embriagados pelas artes. Quando nossas crianças respirarem cidadania, cultura e educação em tempo integral. Dentro das escolas, nas associações de bairros, nos equipamentos públicos, nos empreendimentos privados e, é claro, em casa.
Uma nação letrada compreende melhor seus problemas (ah, que novidade!). Uma nação com pessoas sensíveis às artes não pratica a violência. Ao invés de disparar um gatilho, toca um violão. Não assiste a Big Brother, vê um "Cao Hamburguer".
Se as políticas públicas fossem voltadas agressivamente às artes e à educação, aliadas com o esporte, teríamos seres humanos em seu verdadeiro significado. Teríamos uma quantidade muito maior de líderes de verdade e artistas respeitados pelo que produzem, não pelo que vestem (ou pouco vestem) ou por sua aparência física.
Talvez esta minha convicção seja fórmula já batida, mas em algum lugar neste país é implementada? Será que se mantendo como está é mais interessante para alguns, em detrimento da nação? É claro.
Hamilton Chaves (Diretor Titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, CIESP, Regional Jaú por dois mandatos - 2001/2004 e 2004/2007 - é autor do livro Dos Farrapos à Urna Eletrônica, Tramas e Alianças na Política Jauense)
2 comentários:
Concordo com o Diretor da Ciesp:educação é tudo!
Perfeito.
O bom gosto vem do pensamento livre. Para pensar é preciso estar liberto, não se vincular a rótulos. Se isso acontecesse, seria tão bacana! Deixar de lado (ou pelo menos não dar tanta importância) o que parece politicamente correto. A chatice da classe mediana (na cultura, não no bolso) na qual, para estar bem basta ler a crítica do Jornal. Dessa maneira, ouvimos e lemos o que é rotulado bom, nos sentimos acolhidos e parte de um grupo pseudo-informado.
Infelizmente, para quebrar o que está estagnado é preciso mudar radicalmente. Não custa tentar. Não custa acreditar. Quem sabe...?
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