segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Futebol

O futebol brasileiro é, mesmo, engraçado.
O jogador começa a carreira no clube. O clube o projeta. O meninote é vendido para a Europa, mais precisamente para o futebol holandês. Faz gols, um atrás do outro. Vai para a Seleção. Vai para o futebol espanhol. Continua a marcar gols, muitos gols. Disputa a Copa do Mundo. Vence, ergue o Caneco.
Maduro, volta a jogar no Brasil. Um clube – muitos gols –, outro clube – muitos gols – e... a volta ao clube de origem. Gols e mais gols por aqui.
Veterano, ele busca fazer o seu milésimo gol. Estende a carreira. Joga no clube que o projetou. Marca o milésimo gol. Milésimo primeiro, segundo, terceiro...
No clube, no mesmo clube que o projetou, passa de jogador a jogador-treinador. A experiência pouco usual transforma o veteraníssimo jogador em treinador.
O jogador inicia a carreira de treinador sem sequer ter encerrado a carreira de jogador.
Certo dia, o presidente do clube que o projetou como jogador e, agora, o projetava como treinador, intervém na escalação do time. Um interesse duvidoso – a provável venda de um jogador em início de carreira para a Europa – motivara o presidente.
O insipiente treinador não aceita a ingerência e pede demissão.
– Ora, ora, ora... E o que há de engraçado nisso? A história é normal, acontece toda hora...
O que chega a ser engraçado nessa história é que, desde o tempo em que o jogador – meninote – começou a carreira no clube até o instante em que – veteraníssimo – ganhou o cargo de treinador, o presidente do clube é a mesma pessoa. Está lá, no mesmo cargo. De lá não quer sair.

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