terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Teatro

Abre-se a cortina. No palco, um único ator. Seu figurino não traz nada de especial. Sua maquiagem, tampouco. Não há um cenário encantador. Tudo o que habita a cena é aquele ator. Aparentemente a peça é um monólogo. Imagina-se que ele ficará ali por um longo tempo a falar, gesticular, agir.
Qual a chance de o espetáculo vingar? De a peça transcorrer bem? De o espectador não adormecer em sua cadeira?
O ator.
O ator é a única chance.
Ele precisa, primeiramente, atrair; em seguida conquistar; e, finalmente, prender a atenção do espectador.
Caso contrário, por mais brilhante que seja o texto encenado, não chegará ao ouvido do espectador. Por melhor que seja a peça, perdeu-se o espectador.
Define essa qualidade única e rara do ator uma palavra muitas vezes mal utilizada na língua portuguesa. Uma palavra usada a granel, sem responsabilidade.
Fomos, minha filha e eu, assistir a um monólogo – minha filha conta 12 anos de idade, inda tateia a profundidade de sua Língua. O ator era grande, grandíssimo, grandioso. O monólogo durava quase 2 horas. Contudo, pareceram 2 minutos. Ele era brilhante, eloqüente, forte. Sua qualidade principal era, sem dúvida, a força. Tudo era dito, feito, ato, com toda a força cabível num ator.
Finda a peça, minha filha disse:
– Pai, finalmente eu entendi o que significa “carisma”.

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