– Mas que há? Articulou o estudante.
– Oh! Nada, disse Inácio, ela foi-se embora, foi-se com o machete. Não quis o violoncelo, que é grave demais. Tem razão; machete é melhor.
Inácio era um homem bom, reto, centrado; tocava violoncelo; tocava uma espécie de música profunda, contrita, inusual.
A mulher de Inácio tinha-se ido embora. Tinha-se ido com um rapazola expansivo, galhofeiro, fanfarrão; tocava o machete – uma espécie de cavaquinho; tocava uma espécie de música leviana, corriqueira, frugal.
Machado de Assis, numa única frase resume todo o desenrolar da Vida: o encantamento que a puerilidade distraída provoca na moça distraída, a dificuldade da convivência perene com a Gravidade, a preferência incontida pela diversão, a vitória constante do pequeno-pueril-passageiro sobre o grande-grave-eviterno.
De quebra, Machado de Assis revela o Homem, o Ser masculino: Inácio – mesmo trazendo características do protótipo de um Herói – não se refere ao rival, não dá nome o adversário vitorioso, não reconhece a derrota para o oponente do mesmo gênero. Não. Inácio reputa, com o requinte estilístico digno do próprio autor do Conto, a vitória ao mísero instrumento musical. ... foi-se com machete. Que espetáculo. Literatura da mais altíssima qualidade. machete é melhor? Jamais. Machado é melhor.
– Oh! Nada, disse Inácio, ela foi-se embora, foi-se com o machete. Não quis o violoncelo, que é grave demais. Tem razão; machete é melhor.
Inácio era um homem bom, reto, centrado; tocava violoncelo; tocava uma espécie de música profunda, contrita, inusual.
A mulher de Inácio tinha-se ido embora. Tinha-se ido com um rapazola expansivo, galhofeiro, fanfarrão; tocava o machete – uma espécie de cavaquinho; tocava uma espécie de música leviana, corriqueira, frugal.
Machado de Assis, numa única frase resume todo o desenrolar da Vida: o encantamento que a puerilidade distraída provoca na moça distraída, a dificuldade da convivência perene com a Gravidade, a preferência incontida pela diversão, a vitória constante do pequeno-pueril-passageiro sobre o grande-grave-eviterno.
De quebra, Machado de Assis revela o Homem, o Ser masculino: Inácio – mesmo trazendo características do protótipo de um Herói – não se refere ao rival, não dá nome o adversário vitorioso, não reconhece a derrota para o oponente do mesmo gênero. Não. Inácio reputa, com o requinte estilístico digno do próprio autor do Conto, a vitória ao mísero instrumento musical. ... foi-se com machete. Que espetáculo. Literatura da mais altíssima qualidade. machete é melhor? Jamais. Machado é melhor.
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