terça-feira, 11 de setembro de 2007

Teatro

É preciso pensar, urgentemente, sobre o futuro do Teatro brasileiro. Urgentemente.
20 anos atrás, um cidadão da classe-média paulistana, por exemplo, abria o jornal na terça-feira à procura do espetáculo teatral a que iria assistir no sábado. Encontrava 2 ou 3 pares de boas opções, escolhia uma entre elas e lá estava ele, na poltrona do teatro, sustentando uma estatística que igualava a média de público presente no teatro à média de público presente nas salas de cinema.
20 anos se passaram. A média de público mudou, o público mudou, a vida mudou.
O cidadão da classe-média paulistana, por exemplo, reclama que o passeio – note-se que ele trata a ida ao Teatro como “passeio” – encareceu. Ele tem de pagar a entrada dele, da acompanhante dele, o estacionamento, a pizza... É caro demais!
Deste modo, ou ele troca a poltrona do Teatro pela mais confortável poltrona de sua sala, ou escolhe um passeio mais barato.
Pensa torto, o nosso cidadão. Pensa torto.
Primeiramente porque a confortável poltrona de sua sala lhe impõe a desconfortável programação dos canais da TV. Ele ganha conforto, economiza dinheiro, mas perde a chance de escolher aquilo a que quer assistir. Aceita passivamente o que as emissoras ofertam.
Finalmente porque a ausência dele na poltrona do teatro inviabiliza a existência do Teatro. É para ele que o Teatro é feito. Sem ele, nada feito.

2 comentários:

si disse...

Kré, que triste!!! Pior ainda é quando o "passeio" é ir a pizzaria e o teatro um mero coadjuvante!!!
Beijos, Si

Anônimo disse...

Veja bem, estamos numa época paradoxal. Sentimos falta de coisa boa, é verdade. Mas temos uma enxurrada de coisas ruins se infiltrando em nossas vidas. É estranho pensar que, às vezes, as próprias pessoas que denigrem o trabalho fazem parte dele!
Assunto longo.
Mas vamos ao que interessa: reação!
Tem coisa ruim em todo lugar, não é mesmo? Infiltremos então a coisa boa, oras, eu acredito piamente que tem quem procure.
Vamos nessa!
Parabéns pelo Blog. Reagindo a gente faz outro espaço acontecer.
Beijinho
; )