segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Futebol

Quando Paolo Rossi, o centroavante da Squadra Azzurra, marcou o terceiro gol da vitória da seleção da Itália sobre a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982, mais do que sacramentar a classificação de seu time para a semifinal da competição, selou definitivamente o futuro do futebol brasileiro.
A afirmação pode soar um tanto bombástica demais, catastrófica demais, pontificante demais.
No entanto, devo dizer sem me arvorar a preditório: eu já sabia disso há 25 anos.
A espetacular seleção brasileira que jogava para a frente, que tinha um quarteto mais-que-fantástico no meio-de-campo, que contava com os avanços dos dois laterais – um deles, o direita, fenomenal – trazia consigo o divisor de águas da história do futebol brasileiro.
Se, ali, aquele time fosse o campeão, haveria a possibilidade de apagarmos a frustrada tentativa de plagiarmos os conceitos europeus acerca do jogo da bola (encabeçada pelo discurso empolado e inócuo do treinador-capitão militar da seleção brasileira da Copa de 1978) e de, conscientemente, nos enraizarmos nos conceitos brasileiros acerca do jogo da bola (tão bem definidos pelas seleções brasileiras nas Copas de 1958, 1962 e 1970).Eis o peso daquele gol do Bambino D´Oro: Nos levou de volta ao pensamento preponderante da geração de treinadores-tecnocratas forjada no seio da Escola de Educação Física do Exército. Nos levou aos braços dos deslumbrados plagiadores de um modo europeu de se jogar futebol. Pena que não se plagiou o modo europeu de se organizar o futebol.

5 comentários:

Nando disse...

Parabéns, Kré! Sua inquietante busca pelo conhecimento o levou, com ímpar maestria, aos 5 fenômenos culturais mais deslumbrantes da Terra. Imagino o quanto é prazeroso o mergulho nesse vasto mundo... E como nunca é tarde para dilatar a cultura, saiba que tens aqui um amigo/fã, que pretende pegar uma carona nessa nova jornada...
Sobre nossa seleção/82 e o fatídico jogo, de fato, representou um divisor de águas. Mas sobre as sequelas do ocorrido, procuro vê-las de forma otimista, utópica, diria. Por conta daquela seleção (a última, talves, do futebol "jogado"), é que passamos a adotar um critério mais verdadeiro para distinguir o certo do errado; o belo, do feio; do futebol jogado, daquele medíocre... Boa sorte na nova empreitada e sucesso...

Fabiana disse...

Minha primeira desilusão no mundo do futebol: aquela Copa. Me lembro de chorar copiosamente na porta da minha casa. Vai ver eu também sabia que nosso futebol tinha acabado ali... hehehe

Anônimo disse...

É...eu tb me desiludi com o futebol, por isso não comentarei sobre. É pq eu não quero, não pq não sei...
Muito lindos o blog e o site...
Bjo

Maíta disse...

Querido Kré, confesso-lhe que futebol não é meu forte, dessa forma, recuso-me a comentar sobre algo que desconheço.
Mas, continuarei visitando e assim aprendo um pouco mais sobre essa paixão nacional e quem sabe um dia posso fazer um comentário relevante.
bjs.

Anônimo disse...

Olá, amigo Kléber. Que Deus o tenha nessa missão de atualizar site e blogs... não é tarefa para pobres mortais. Mas vai em frente. É legal. É gostoso receber algum comentário por algo escrito. É bom saber que o marcador de visitas deu um pulo de 10, 20 ou 60 num dia, sabendo que você (ou eu) só entramos duas ou três...
Vou ver os pitacos do pessoal e, de vez em quando dar os meus.
Sobre a Copa de 82, que decepção. E lá se vão longos 25 anos... Aquela copa me ensinou a ver o futebol como um mal necessário. Afinal, certamente, sofremos mais com as agruras nos nossos times do que temos felicidades com suas campanhas.