sexta-feira, 6 de março de 2009

Música

Vou contar a vocês uma coisa: há 30 anos – ontem, portanto – ainda não havia o Compact Disc, e os Long Plays eram caros à beça. Não era fácil comprar um disco. As pessoas que tinham fartas discotecas em casa eram tidas e havidas como privilegiadas. Eram invejadas por todos nós. Desse modo, qual era a melhor saída para quem gostava de ouvir música? O rádio.
Eu chegava da escola sequioso por me afastar dos Estudos Sociais e me aproximar da Música. Abandonava a mochila na primeira cadeira que encontrava e... ligava o rádio. Por alto, as gravações das músicas daquele tempo tinham, em média, 3 minutos. Posso afirmar a vocês: eu não esperava mais do que 6 minutos para ouvir uma grande obra da música brasileira. Nem 6 minutos.
As célebres gravações de Elis Regina, a maior cantora brasileira de todos os tempos, surgiam a todo instante na programação das rádios. Se eu queria ouvir a nova música do Tom Jobim, por exemplo, eu não ia à loja de discos. Eu ligava o rádio. Esperava 6, 9 minutos e os acordes espetaculares do inesquecível piano de Antonio Carlos Jobim vinham pelas ondas do rádio.
Há 20 anos, os LPs entraram em extinção. A música brasileira também. Eu não mais ligava o rádio. Para nada, coisa alguma.
Há 10 anos, os CDs começaram a dar lugar aos DVDs. As gravadoras, visando baratear o custo agregado da gravação do disco, começaram a fazer os famosos “Ao Vivo”. Som e imagem gravados em 2 dias e “arrumados” num estúdio em outros 5 dias. Um DVD por semana. O CD entrou em extinção. A música brasileira já era quase extinta por completo.
Meus amigos, eu pergunto: como andamos hoje? Como andaremos amanhã?...

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