quarta-feira, 11 de março de 2009

Cinema

... e então, meus amigos? Assistimos todos a Manhattan, de Woddy Allen? Vamos a ele.
Muito se fala que o filme é “uma ode à cidade que o diretor tanto ama”, que é “uma declaração de amor à cidade” dele etc.
Ora, ora, ora... Por acaso os conflitos íntimos de um homem na meia-idade, em meio ao fogo-cruzado
a- da decepção consigo mesmo por conta do fato de ter sido abandonado pela segunda mulher – que a trocou por outra mulher
b- do encanto pela lindíssima jovem que o ama e a cujo amor ele reluta a se entregar – ela sequer completou 18 anos de idade
c- do encantamento repentino pela bela pseudo-intelectual – que é amante de seu melhor amigo
só podem ser expostos na cidade de Nova York? Em Londres, Bangladesh, Monterrey ou São Paulo essas coisas nunca acontecem? A meia-idade, suas culpas, conflitos e instabilidades são de posse exclusiva da cidade em que mora o diretor do filme?
Nada disso. O diretor do filme usa a cidade como moldura do quadro íntimo, interno, pessoal (e, justamente por isso, universal), que tenciona pintar. Ele fala de si e, ao falar de si, fala do gênero masculino. Ao falar do gênero masculino, fala do gênero humano. Fala de todos nós. Intimamente, poeticamente, lindamente.
Ele fala sobre nós. E vocês, meus amigos, o que falam sobre o filme?
Semana que vem, falamos de Casablanca, de Michael Curtiz. Até lá!

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