sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Música

Bem... hora de analisar, desde o campo de onde proveio, a fatídica e infeliz frase: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”.
O conceito engendrado pela frase é tamanhamente absurdo que nos faz imaginar cenas interessantes: Mozart, munido de um violãozinho, tocando num bar de esquina para atrair público; Homero escrevendo predições zodiacais numa revista feminina semanal; Fred Astaire dançando na vitrine de uma loja de roupas masculinas; Oscar Niemeyer desenhando casas de bonecas numa loja de Shopping; Delacroix pintando paisagens para decorar as salas de pessoas pouco afeitas à Pintura.
Ora, bolas!
Onde a tal frase infeliz pensa que vai??? O artista independe do público. Ele faz sua obra por necessidade, por obrigação. Ele precisa fazer aquilo, ele vive de fazer aquilo, se não faz aquilo, sucumbe! Ademais, o povo precisa de que o artista faça a sua arte. O povo precisa gastar suas emoções. Precisa. O povo é que precisa do artista. Não o contrário!
Ou o povo vai onde o artista está ou azar do povo.

Nenhum comentário: